sábado, 21 de março de 2009

Das teorias...


Visualize mentalmente que vai abraçar uma árvore. Visualizou? Agora continue mantendo mentalmente a posição semi-circular dos braços. Imagine um cookie - é, com gotinhas de chocolate - imagine um cookie do tamanho dos braços de abraçar árvore. No próximo passo da visualização mentalize um pote cheio de cookies, muitos, incontáveis. Pronto, você acaba de vislumbrar o amor.
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Sim, imagine um biscoito bem grande, amor pra vida inteira. Ele tá lá, tem que comer se não estraga. Na metade do biscoito, acredite, você não aguenta mais... doce demais! Tem que comer, se não estraga, tanta gente passando fome que estragar comida é pecado.
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Você deixa estragar e vai comer outra coisa ou termina com ele e depois não quer sequer ouvir falar de biscoito ou coisa parecida, enjoou e não era pra pouco. Agora, voltando ao pote de biscoito, você come e nem percebe. Quando enjoa, tampa o pote e deixa lá, não vai estragar nem ficar mole.
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Até pouco tempo atras era o meu conceito concreto-didático do que seria amor. Essa semana acho que o objeto de estudo mudou. O diálogo?
- Ó a cocada, ó a cocada. Quer cocada minha jovem?
-Não moço, obrigada.
-Ó a cocada, ó a cocada. Quer cocada minha jovem?
-Não moço, obrigada
-Ó a cocada, ó a cocada. Quer cocada minha filha? Compre uma cocada e você encontra o amor da sua vida.
-Ah mas eu teria que comprar a caixa toda...
O amor não é um biscoito, é uma cocada! Foi um insight
O que seria mais enjoado que uma cocada gigante?
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Pirajá apud Lima (2009), pontua que o melhor modo de proceder seria armazenar a cocada em pequenas gavetas, almejando um constante vi-a-ser rainha da cocada preta. Vidal(2009) discorda do modelo cookie com gotas de chocolate bem como do modelo cocada defendendo que o amor ligar-se-ia diretamente com uma metáfora de pizza. Afirma (sic) "O amor é uma pizza, mesmo gelada a gente come" (VIDAL, 2009).
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Monteiro (2009), coloca que o modelo de canja de galinha seria o mais congruente para abarcar todas as facetas do amor. Segundo o citado autor dever-se-ia comer com cuidado para não provocar queimaduras de 1º ou 2º grau, tem gosto agradável e não faz mal a ninguém.
Então tá! varias formas de amor.

quarta-feira, 11 de março de 2009

das reuniões sem convite nem data

Mordam-se discursos e notas musicais, engasguem! Silêncio é o único privilégio egoísta direito universal. Na droga do silêncio, que é universo, cabe tudo. Ele te salva quando não há como falar, não há mais o que falar. Pede preço, sim, por que tudo tem - uma alma em troca, pode ser a sua ou não. Ele não decide se é vilão ou mocinho.
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Por trás das caras torcidas,pintadas, queimadas, botoxizadas e duras de sol, de sal ou de fel, lá está, roendo a pobre da alma - coitada! Tanto aproveita todas as situações, fica com quase todas as fatias das entrelinhas por onde o verbo costuma passar. Palavras são rótulos tão pequenos que não abarcam tudo, aliás, abarcam quase nada.
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Mas, chegará o dia que as caras torcidas, queimadas, botoxizadas e duras de sol, de sal ou de fel, com o silêncio escondido roendo a pobre da alma - coitada!, sentirão um tremor mandado pelos pelos pés e logo sairão à praça.
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Caindo máscaras no chão, os não-falantes-desmascarados - mãos dadas - gritarão todo o silêncio que tem e arrastarão todas as mágoas e louvarão todos os amores, amaldiçoarão todos os amores, consciências pesadas, alma trapo, com risos e chistes e soluços presos e as letras de um serão as letras de todos, e a minha dor será a tua dor, até que o silêncio volte a ficar mudo.
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Logo as caras voltarão ao lugar de origem, por fim!
e o silêncio temendo os tremores nos pés.

domingo, 1 de março de 2009

E no meio do caminho

Enxergar o óbvio deveria ser como descalçar sapato trocado, tirar roupa apertada, cisco do olho.
Queria que o óbvio caisse bem nas minhas mãos com surpresa, mesmo com a surpresa de uma topada. Com a unha arrancada, mesmo assim, eu não iria reclamar - eu digo, não iria reclamar muito...
Mas, o óbvio é o mais difícil de ser ver, eu não vejo.
Tropeçar no óbvio deve mesmo parecer com tropeção em pedra - você fica meio quase caindo, ou cai, e xinga alto-sonoro por que não viu antes - tem que xingar, faz parte! A pedra bem ali, do seu lado e você não viu. A maldita pedra lá o tempo todo.
Dia desses eu tropecei numa, dessas que alguém ou providencia divina largou por ai. Conversei com ela e tudo, achando que era óbvia mas era uma pedra, e só.
No meio do caminho tinha uma pedra, e era óbvio que eu iria topar, e -óbvio- xinguei muito , fiquei com o dedo sangrando nada das revelações.
Guardei a pedra no bolso, sei lá, vai que preciso pra jogar em cachorro ou ela resolve falar.